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Os “Post-its” que ligam e desligam seus genes (e influenciam a saúde dos seus filhos)

Pense na epigenética como post-its que ficam colados aos nossos genes: sem mudar o ‘livro’ do DNA, eles podem ligar ou desligar trechos dele. Ou seja, tudo o que vivemos – a comida que escolhemos, o estresse do dia a dia, a exposição a substâncias nocivas e até os cuidados que recebemos quando crianças – deixa um sinal nesse ‘roteiro’, influenciando como nossos genes vão se comportar.


Imagine dois “botões” principais que controlam essa leitura: a metilação, que silencia genes, e a acetilação, que os ativa. Como se fosse botões OFF (metilação) e ON (acetilação). Essas modificações, chamadas marcas epigenéticas, funcionam como interruptores que decidem se acendemos o sinal de saúde ou de doença no corpo.


E tem mais: essas marcas podem até ser passadas de geração em geração. Isso quer dizer que o seu estilo de vida hoje não afeta só você, mas também a forma como seus filhos vão “ler” os próprios genes – assim como as escolhas dos seus pais já influenciaram seu próprio roteiro genético.


Pesquisas mostram que uma alimentação inadequada na gravidez pode “marcar” para sempre genes ligados ao metabolismo, aumentando o risco de diabetes, obesidade, SOP, endometriose, alguns tipos de câncer, infertilidade e hipertensão nos filhos.


Além da dieta e das toxinas, nosso mundo emocional também deixa rastros epigenéticos. Estresse crônico pode gravar mudanças em genes que regulam a resposta a situações difíceis, deixando o corpo e a mente mais sens


íveis a novos desafios. Traumas profundos podem alterar regiões genéticas ligadas ao humor e à ansiedade, contribuindo para depressão, TDAH, doenças autoimunes ou transtorno de estresse pós-traumático.


Até traços de personalidade — como ser mais extrovertida ou mais reservada — têm padrões de metilação diferentes em áreas do cérebro que regulam a sociabilidade. E, de forma impressionante, essa relação é de mãos duplas: as próprias modificações epigenéticas podem moldar nossas emoções e comportamentos ao longo da vida.


No fim das contas, a epigenética mostra que não nascemos com um destino escrito em pedra: podemos influenciar a nossa própria saúde e até a dos nossos filhos. Então, da próxima vez que escolher um prato mais colorido, reservar um tempo para relaxar ou buscar ajuda para lidar com emoções difíceis, lembre-se: você não só está cuidando do seu presente, mas também do roteiro genético que pode atravessar gerações.

 
 
 

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